MADRUGADA VAZIA
Helena, como tantos outros em meio ao mundo sentia-se vazia naquela madrugada de terça. Queria estar nos braços de sua amada mãe e sentir-se protegida. Queria poder sentir que aquela brisa fria não a iria consumir. Que aqueles ventos mórbidos não iriam afundar sua alma na tristeza. Mas não podia. Não se sentia com força suficiente para sequer acalentar seu gato de estimação que estava aos seus pés naquele instante. Ouvir uma música seria interessante, mas Helena não tinha animo nenhum para alcançar sua velha vitrola que desde outrora lhe havia aliviado tantas magoas. Agora nem com isso ela poderia contar... Queria sentir-se firme, como nos dias de sua juventude, não sentir medo do amanhã, nem de estar só. Não poderia ter adivinhado como estaria sozinha a essa altura de sua vida. Outrora fora tão paquerada, tão desejada, tão adorada! E agora estava ali, sujeita ao acaso e a atenção dos estranhos, que vinham visitar lhe de vez em quando e que lhe contavam histórias incríveis