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Mostrando postagens de setembro, 2015

-NO FIM DA ESTAÇÃO

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  Hoje, já no fim do inverno, sai à varanda e vi a cidade lá fora e pareceu tão aconchegante. E fiquei triste por me entender como uma prisioneira num jaula de cristal na selva de pedra. E desejei voar pela varanda e ser ‘menino pássaro’ quando como era pequena e éramos pássaros que voavam sentados na galha mais frondosa da oliveira sempre-verde no meu quintal. Sentia de repente um ar que invadia os meus pulmões me encher de novo de uma vida de antes que eu amava e não sabia. A liberdade de ir para o desconhecido junto com a certeza de habitar junto do útero materno. Indo para casa, sinto-me ansiosa e meio perdida. Há tantos caminhos percorridos nesse meio tempo que a infância e outra época boa da minha vida ficam sussurrando ao meu pé de ouvido para voltar e fixar morada naquele pequeno paraíso que fora nosso mundo. Uma minuciosa e confusa analise me leva a cozinha com passos pausados e lentos como ensaiando uma dança libertadora. Mecânica e suavemente me desloco entre o