-NÃO ME ARREPENDO


 

Escucha bien amor lo que te digo
Pues creo no habr
á otra ocasión
Para decirte que no me arrepiento
De haberte entregado el coraz
ón...

(Compositores: Samuel Parra Cruz

Letra de De Qué Me Sirve la Vida © Samo Sounds)

 

Perguntaram pra mim esses dias se me arrependia. Eu mesma já havia me feito essa pergunta mil vezes esperando que houvesse sinceramente outra resposta... Ecoava das profundezas solitárias da minha alma um eterno NÃO... E eu sabia que essa era minha verdade!

Entregar o coração a alguém é acima de tudo um ato de coragem, para poucos, apenas os valentes se atreveriam a abrir as portas e deixar entrar o amor, deixar o outro fazer parte da sua carne, o olhar dele ser uma partícula estranha no seu sangue de tão complexa a conexão. Isso assusta a muitos, mas eu valente que sou, isso me empolga! E eu fiz isso algumas vezes com bastante consciência do risco, outras simplesmente me deixei levar pela emoção de saber que existia alguém que podia ouvir minha voz em silencio, e ainda outras foi o acaso somente que causou a confusão, estou isenta de culpa dessas vezes..rs

Dizer hoje que não me arrependo mais uma vez parece tão pouco, foram tantos dias, tanta devoção, foi tanto empenho para fazer dar certo, carreguei uma carga tão pesada nos ombros que algo que deveria ser leveza virou apenas peso, daqueles tão pesados que nos tiram o ar para respirar e sufocados, em nossa miséria infinita e carência, sufocamos o outro também... E um belo dia, talvez numa tarde de terça-feira em pleno dia 7 de setembro a pressão e tão forte que um dos elos se rompe e o outro toma a cipoada segura, cambaleia desesperado achando que nunca mais irá se recompor e mergulha naquele misterioso mundo dos corações partidos, onde as únicas companhias são as lagrimas que parecem não tem fim, de onde vem parecem ser inacabáveis, e a dor que de tão profunda parecem feridas abertas em carne viva a sangrar noite adentro acalentadas pela salmoura cruel da ausência...

Mesmo depois de tudo isso, eu descobri o brilho do sol lá fora, tinham pássaros loucos que cantavam na janela, barulho de risada de criança, abraço de mãe, som de onda do mar tocando a alma da gente no fim da tarde, aquela água fortemente salgada limpando a gente do ontem e nos preparando suavemente para o amanha sem aquele amor de antes... Era verdade, já estava tudo bem agora...

E a música perfeita que tocava ao longe naquela janela de uma moça que já amou muito, fazia uma serenata ao pé do ouvido,  tinha cheiro de vida e entrava pelas minhas narinas, tomava conta dos meus órgãos, agitava meu coração, recompunha minha esperança Estoy a punto de emprender un viaje... Con rumbo hacia lo desconocido, e eu me sinto plenamente ansiosa pelo desconhecido!

 

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