HOJE NÃO
... A mala empoeirada que guardava na garagem sendo bruscamente retirada liberando partículas de saudade velada pelo ambiente inteiro... O barulho repetitivo dos cabides batendo um contra o outro sendo empilhados com certa força e com certa pressão, o abre e fecha das portas do guarda-roupa cinza que batia contra a parede todo instante, as marcas de vinho no lençol branco, o cheiro de banho que saia pela janela dançando e mentindo sobre uma felicidade inexistente, o sol que entrava no quarto, seu perfume derramado no ambiente e o peso dos seus passos indo embora... Era só isso que me vinha à mente quando estava passando por aquela rua e inconscientemente olhava para cima, aquele prédio ‘Atlantis’, aquela velha senha do portão, aquele mesmo senhor sorrindo na entrada... Felizmente ou infelizmente nada mudara além de nós... Pensava até então que as quartas eram os melhores dias, até aquele dia que você deixou-me sozinha e seguiu após uma boa noite, em choque pensava num por que a voz