-SUA LEMBRANÇA
Caminhamos na chuva como velhos conhecidos, na minha cabeça aquele momento inicial, uma pergunta, um sorriso, um pedido e um vínculo formado, na tua só uma lembrança vaga de uma pergunta meio incerta. Eu sorria de lembrar, você bem mais contido parecia nem sequer pertencer ao mesmo mundo que eu nesse momento. Caminhávamos em silêncio e me veio à mente a razão tola de não ter imaginado que poderia chover, para trazer meu guarda-chuva. E você, inquieto parecia querer confessar um erro, ou um pecado ou uma decisão da qual eu possivelmente não iria gostar. Estava já à flor da pele ‘ não vou pressionar’ havia prometido isso, maldita hora que fiz tal promessa, promessa estúpida... Estava na cara que ia dar em nada... Mas, você continuava com aqueles passos falsos como se desejasse fugir daquele momento, e dos meus olhos que demoravam-se sobre sua pele, mas fugiam com algum temor também quando deparavam-se com os seus. Queriam e ao mesmo tempo tinham medo de adivinhar seu pensamento. ‘