DETALHES DE UMA ALMA

  Esta é a única coisa que sei realmente fazer: Contar histórias ou estórias. Não me importo muito de que não haja grandes verdades nas coisas que relato, elas são ‘bonitinhas’, isso sinceramente já me contenta. O que acontece é que andei me perguntando qual o sentido de escrever sobre coisas das quais nada sei realmente. Por exemplo, esse é clássico no meu caso, eu nunca fui à praia, tenho 22 anos e nunca vi o mar. No entanto alguém que já leu algum de meus contos sabe bem com que magia eu já descrevi o mar. O que acontece é que agora eu tenho certo receio de ir ao mar e não encontrar as minhas descrições, meio que muito perfeitinhas lá e isso seria frustrante! O mesmo acontece com outras coisas das quais vivo a falar e que não conheço de verdade. Questiono-me agora se já não conheci vários amores e se eles não passaram despercebidos simplesmente porque não são ou foram como sonhei e descrevi. Eu esperava uma coisa e veio outra, como eu poderia reconhecer se não era ou é o que espero? Pois, essa é a questão. Exemplificando para que não tenham duvida do que estou a dizer para vocês agora, imaginem-se a espera de um ônibus azul que vai em direção a praia do Botafogo, voando muito alto agora (rsrs), e, no entanto você nunca andou nesse ônibus, apenas sabe que ele é azul porque um amigo disse que achava que essa era a cor desse ônibus. Você não conhece o ônibus, mas ouviu dizer que é azul, que passa as quatro. Quando chega à sua frente um ônibus com uma faixa completamente amarela, mesmo que tivesse um pisca com as palavras PRAIA DO BOTAFOGO você nem daria o mínimo. Não, definitivamente não era esse o ônibus que você deveria pegar. Este ônibus era indicativo de PRAIA DO BOTAFOGO, no entanto não condizia com a descrição perfeita feita dele. Não! Não era esse mesmo! O que aconteceu nessa situação é que não era o que você esperava que fosse! E você nem tem muita culpa por ter perdido este ônibus. Nunca ouviu ninguém falar que ele poderia ser um pouco diferente do que sempre ouvira; nunca ninguém sequer supôs mencionar uma faixa amarela. Então, esse é o caso aqui! Quem me garante que não houve amores verdadeiros e que estes simplesmente passaram sem ser notados porque eu estava riscando na minha lista todos os requisitos que um ser tinha de ter e que uma circunstancia tinha que apresentar para ser considerada como um indicativo de que surgia um amor? Nem eu posso dizer nada sobre isso. É que, admitindo agora minhas fraquezas, coisa pouco habitual, ate mesmo para mim, andamos isso me inclui sem sombra de duvida, muito distraídos. Estamos semi cegos. Ou melhor, somos o que somos uma grande população de seres semi cegos. Sim, se alguém contestar isso pode sentir-se a vontade para desmentir sua posição nessa população. Antes disso, no entanto olhe para dentro de você e veja quantas vezes você não se arrependeu de não ter VISTO algo que era aparentemente obvio. Obvio! Como eu pude não notar isso? Simplesmente porque olhamos e não vemos. E como não vemos quase nada, deixamos para lá e buscamos algo mais interessante, ou mais visível para nós. Negamos! A negação sempre fez parte de nossa faceta covarde. Fugimos! Somos uma população de semi cegos e ainda por cima grandes covardes! Se não é o seu caso, perdoe-me a alusão, mas é que é o meu caso, e como a imperfeição me leva à escrita, deve-se notar traços dela nessa minha faceta escritora não desumana, mas totalmente imperfeita e humanamente ridícula. Pois, é fato que de vez por outra ando falhando naquilo que considero a única coisa que realmente sei fazer, o que de imediato me torna humana e ridícula. Mas, deve-se ter para comigo certa simpatia, ao menos simpatia dá pra sentir não dá ?
  É que andei esperando um amor maior, até maior que eu...
  É que falhei nisso também. E agora ando a procurar um modo de limpar e desocupar minha alma dessas tristezas desnecessárias. É que queria um namorado cheio de detalhes, cheio de graciosidade e pequenos detalhes. Sabe que ao fechar os olhos eu podia descrevê-lo para você exatamente como ele deveria ser? Mas, de que valia seria isso para você, ou que sentido teria descrever o inexistente? O fato real é que desse jeito que eu o imagino, ele não é. Não existe essa pessoa com quem você sonha todas as noites, meu querido leitor (a) e, por favor, não sofra por isso. Ele existe! O seu amor, ele existe. Só não esta dentro da tua caixinha de música, ele não tem cavalo branco, nem de cor alguma, e mesmo que tenha não é assim que ele vem encontra-la... Talvez, não digo com certeza, mas existem indicativos de que ele possa ser o jornaleiro, o poeta da tua escola, o cara mais velho que te olha, o homem que esbarrou com você outro dia e você nem lembra o rosto dele, pode ser o menino que gostava de você e de quem você gostava no maternal, pode ser o faxineiro, o empresário, o advogado ou o gari que apanhou seu livro naquele dia de chuva, lembra-se de seu desespero? Pode ser o cara da venda da esquina que vez por outra esta a suspirar. Pode ser um cara que apareceu do nada e de quem você nunca ouviu falar. Um cantor ou escritor, ou um simples carimbador de papeis. Não importa quem ele é, ou o que ele faça, ou para onde ele esta indo, apesar de ser legal estar indo ao mesmo lugar, não importa definitivamente! Somente há razão para ser feliz se você o encontrar. E se ele encontrar você. Na verdade, isso só dará certo se vocês se descobrirem um para o outro. Não vai amar sozinho (a), não faz isso com você jamais! Isso é mais um apelo de alguém que tem o habito de fazer isso, do que uma parte essencial desse texto. O que por fim deve ser dito é que pode considerar tudo que eu mencionei nesse texto ou desconsiderar tudo como força de expressão literária. Só para esclarecer, neste caso em particular, a força de expressão literária e quando dizemos, ou escrevemos algo que queríamos dizer, ou escrever, mas do qual por alguma razão, não queríamos que alguém lesse ou ouvisse. Então dizemos e claro que cabe a ouvinte ou leitor tomar a decisão final, que pode ignorar porque foi apenas força da expressão literária.
   Isso, ou seja, essa definição de expressão literária eu conclui de uma situação de minha vida que monotonamente não poderia ser descrita para não tornar enfadonho este relato. E que, além de mim, existem muitos outros ‘covardes’ nessa longa historia, ou melhor, seres desprovidos de coragem, ou garra para lutarem pelo que realmente querem e que estão dominados por um medo absurdo de simplesmente viver! Não desejo encontrar mais nenhum desses pelo meu caminho. Também não desejo ser um desses na vida de ninguém. Quero somente poder desabar e ter um colo no qual cair! Além do que isso não é ao menos do meu ponto de vista, pedir muito, ou é?
    Não pensem os senhores e senhoras que estou a desistir da felicidade ou desacreditar do amor. Eu não! Eu os busco como á preciosos tesouros e tenho a convicção de que mesmo sem encontra-los só de ter uma razão para busca-los já é meio caminho para satisfação necessária à felicidade! Em outras palavras eu posso e quero e vou ser feliz!

                            P.S:Enquanto eu escrever é porque ainda acredito!!!

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