O INESPERADO...



 Foi mesmo o inesperado... Porque antes você parecia bem, parecia aqui por completo, e do nada você some! Pergunto-me como que isso pode ser possível, quer saber do que mais, eu não tenho sequer ideia do que se passa dentro de você! Tudo que sei, e nem é muito, é sobre mim e tudo que fiz para que ficasse para sempre! Olha, estou aqui ainda... Lembra-se quando disse que não iria embora? Pois, veja-me aqui, exatamente onde sempre estive! Não fui, estou aqui, mas estou aqui sozinha... Você é que foi e nem sei como, nem quando, nem porque decidiu ir assim em silencio...
  Mas, para ser sincera, e não adianta negar isso, estou sangrando por dentro, quebraram-se todas as minhas inocentes conjecturas de felicidade e hoje, não tem nada aqui além de uma mulher perdida dentro de si mesma! E pior é que eu até prefiro que vá assim mesmo... Bem devagar, em silencio, para que eu nem sinta tanto, quero mesmo que continue me torturando assim, vai devagar, bem devagar... É que quando o sol finalmente se por, eu vou olhar para o lado e aí não vou ter ver lá, mas não vou gritar e ficar louca! Não vou ficar louca porque você foi se perdendo devagar, meio que me acostumando dia a dia com sua ausência e quando partir para sempre tudo será apenas um terrível vazio que foi preparado por você, mas que será foi inesperado por mim...
Caminho agora e penso, pensar é uma tortura interminável... Sem você é tão sem sentido e você se foi assim sem mim e o que mais me desespera é não saber até quando esse silencio de dor vai habitar o meu peito... É isso aí, eu simplesmente não sei quando é que você vai voltar ou não voltar... Não gosto do inesperado porque geralmente é algo triste e silencioso! Minha nostalgia hoje é só mais uma saudade de algo que não vem...

Comentários

  1. Maria José.

    Gostei das palavras tão suavemente colocadas no texto.

    bjs
    Alberto de Catro

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