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Mostrando postagens de setembro, 2012

A VIAGEM

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Caminhar por aquelas ruas naquele dia não estava mesmo nos seus planos. Alias, não caminhar sozinho... O que planejara para Veneza era uma segunda lua-de–mel e não um fim, especialmente daquele jeito. O passeio de barca, o hotel fantástico, a lua, tudo! Tudo conspirava para dar certo, mas que droga era aquela? Quem inventou essa coisa estranha e difícil de viver? Isso de que eu tanto corro e no qual eu caio de novo e de novo? Aquela mulher! Tem o gênio da mãe, bem que seu Alcides me avisou. Bom, agora era tarde demais, ate mesmo para lamentar já era muito tarde! Ela se fora com seu orgulho e o deixara frustrado, triste e só. Nossa como posso me sentir tão só assim? Como alguém pode viver com esse enorme ‘rombo’ no peito? Aquela mulher que tanto ama estava matando algo dentro dele. Ele só conseguia se perguntar se conseguiria seguir sem ‘ aquilo’ que até algum tempo atrás se alguém lhe perguntasse ele diria que era uma imensa bobagem, a única verdade do seu coração era que perceb

A VINGANÇA

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  Ouvi seus passos apressados na escada e me escondi debaixo dos lençóis, enrolei a cabeça no cobertor grosso, em outubro sempre faz muito frio por aqui e a presença inevitável e certa dele me fazia também sentir um ar gelado tomando meu corpo, meu nariz respirava com dor aquele ar pesado de sua pressa total e até, pelo menos às vezes, cruel. Um, dois, três e zais! Ouvi o barulho da porta que se abria e ele a caminhar, agora mais suavemente, em direção à cozinha...  Podia imaginar o modo como pisava aquele chão de cerâmica preta, ele fizera questão de escolher a cor da cerâmica, lembro-me bem que quando dissemos a Lúcia que nosso chão seria preto ela relutou e até criticou, mas ele escolhera e já era claro que seria assim, intimamente sempre preferi azulejos brancos, sempre quis que tivessem desenhos florais, mas ele escolheu os pretos e agora pisava no chão de azulejos pretos que ele escolhera há muitos anos. Podia ver ser quisesse realmente até mesmo a expressão de sua face corad

A BONEQUINHA DE LUXO

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Desde aquele dia em que a vira nunca mais pensara em outra coisa. No dia em que estava indo para o trabalho e por um acaso olhou para o lado mais pobre da cidade, avistou a longe o seu anjo do luxo, no meio daquela miséria, viu sentada numa caixa uma moça morena, de pouca condição decerto para está no meio daquele desarrumado universo, ela tinha longas madeixas caídas sobre os ombros, seus olhos reluziam e refletia a luz do sol nascente, em suas mãos grosseiras e aparentemente suaves um livro era delicadamente desfolhado, como se estivesse a declamar um poema. Outros dias passaram e sua visão não mais se pendia para o lado da cidade onde havia belas lojas, luzes de neon e damas refinadas. Seu coração o carregava para as mãos de sua distante menina pobre. Por meses seguia a mesma rotina de esperar o momento do dia em que seus olhos pousariam naquele rosto divino, abandonado ao descaso do dias e dos sonhos, naquele rosto de menina doce, mas tão marcada, aquele mesmo doce ar de ino