A VIAGEM


Caminhar por aquelas ruas naquele dia não estava mesmo nos seus planos. Alias, não caminhar sozinho... O que planejara para Veneza era uma segunda lua-de–mel e não um fim, especialmente daquele jeito. O passeio de barca, o hotel fantástico, a lua, tudo! Tudo conspirava para dar certo, mas que droga era aquela? Quem inventou essa coisa estranha e difícil de viver? Isso de que eu tanto corro e no qual eu caio de novo e de novo? Aquela mulher! Tem o gênio da mãe, bem que seu Alcides me avisou. Bom, agora era tarde demais, ate mesmo para lamentar já era muito tarde! Ela se fora com seu orgulho e o deixara frustrado, triste e só. Nossa como posso me sentir tão só assim? Como alguém pode viver com esse enorme ‘rombo’ no peito? Aquela mulher que tanto ama estava matando algo dentro dele. Ele só conseguia se perguntar se conseguiria seguir sem ‘ aquilo’ que até algum tempo atrás se alguém lhe perguntasse ele diria que era uma imensa bobagem, a única verdade do seu coração era que percebeu tarde demais a importância de ter esses sentimentos que muitas vezes fazem a gente ficar bobo, amar não era um jogo como sempre pensara e agora sabia, infelizmente descobriu do pior modo. Perdeu a pessoa que lhe era como uma parte do corpo, seu magnifico complemento. Lutar pra ficar com ela! Valoriza-la! Essas foram às palavras ditas por ela em alto e bom som. Só queria ser amada e cuidada, acaso lhe custava fazer um esforço? Acaso lhe era impossível se importar com alguém mais além de si próprio? Com grande tristeza, concluía agora que Não! Eu poderia tê-la feito feliz e estas ruas não seriam assim tão vazias...
Ele sentia que algo morria lentamente diante dos reflexos de luz na agua... Sentia muito por perder ‘aquilo’ que o fazia existir, mas tinha que deixar ir, não poderia manter algo que fora abortado dentro dele para sempre... Sentia que parte dele ficaria para sempre ali... Para sempre ‘Aquilo’ estaria sepultado nas aguas claras de Veneza!

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