NOITE ESPECIAL
Nossa
hoje foi tudo muito louco. Primeiro porque eu não podia supor que tanta coisa,
no mínimo inusitada, aconteceria, depois porque ele foi totalmente inesperado.
Estou sorrindo de felicidade. Gostei que ele me surpreende-se... Gostei de sua
maneira inconvencional de fazer-me sentir em casa. Gostei de que tudo tenha
saído dentro dos limites do melhor modo possível. Primeiro a loucura de não
assistir ao filme programado, isso já seria um indicativo de problema, mas não
percebi. Ele ser tão calado, outro tranco. Eu ser tão insegura, outro tranco.
Estarmos indo para o novo me assusta em alguns momentos. Sou doce, mas sou tão
menina. Foi tão bom, mas pode nem ser nada amanhã. E é tão estranho!Sabe,
depois nem ser nada... Eu acho meio estranho...
Bem, vamos seguir o rumo da prosa para não perder o sentido do encontro. Fomos
até a locadora e locamos um filme. Interessante, mas não planejado. Gostei do
filme, apesar da qualidade não ser essas coisas, o contexto é maravilhoso, meio
fantasioso, critiquei em algumas partes, mas no intimo sorri feliz porque gosto
de acreditar em fantasia. Eu não disse a ele, claro. Não acho que notou. Estava
inquieto. Mexia-se para lá e para cá. Não sei se esperava de mim alguma ação,
mas se sim, então eu falhei. Achei-o cavalheiro, não foi rude ou indelicado.
Mostrou-se atencioso e quando sentiu que eu congelava, ele desligou o
ventilador e fechou a janela. Cuidou de mim e isso foi legal.Isso foi gentil.
Fiquei mais confortável, mas não menos frustrada. O filme ‘empacou’ por varias
vezes. Ele consertou em quase toda, na ultima foi minha vez de fazer
funcionar... Não deu muito certo. E, acreditem ou não, ficou em nós uma lacuna
sobre o enredo.
No entanto, houve um imprevisto e ai meio que desandou a alegria de estar
fazendo aquilo. Pertubou-me a preocupação de resolver outros impasses que nada
tinham que ver com esse encontro. Pronto! Tudo, ou quase tudo tinha saído do
meu controle. Fiquei assustada, depois tranqüila, pois, vivo repetindo que o
que não tem remendo, remendado está. Pensei nisso naquela hora? Não, não
pensei! Não pensei em nada, somente como ia fazer dar certo. Não podia. Não
estava sob meu comando fazer funcionar... Mas, daí vem à melhor parte. Uma
atitude ousada, inesperada e boa. Gostei do que fez e do modo como
fez.
Ao me deixar em casa, olhou-me com um olhar meigo, senti vontade de abraçá-lo e
então nos abraçamos... Faltava algo. Nossa boca não pronunciou nenhuma palavra
sequer. Apenas senti sua mão em volta de minha cintura, movendo-me em sua
direção e então eu soube que queria aquilo, queria aquele beijo, e queria
muito. Ele também se mostrou firme e isso me deixou feliz. Tomou-me e me
beijou... Beijamo-nos outra vez... Sentir seus lábios tocarem os meus foi
bom... E então, nos afastamos em silêncio... Nada foi dito. Nenhuma palavra
violou nosso silêncio... E ele se foi e eu fiquei... E aí ele foi dormir... E
eu vim escrever sobre como coisas simples como um beijo podem encher um alguém
de felicidade. Uma felicidade tão passageira, tão boba e tão deliciosa de
sentir! Então esta noite, acho que exatamente por causa dos acasos, tornou-se
inesquecível e muito especial... Mas, o final dessa história nem eu sou capaz
de prever!
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