- DE VOLTA PARA CASA!
Ouvindo o barulho das
folhas da mangueira a cair, lembrei-me imediatamente dos sonhos que no inicio
da manhã já perecem como aquelas verdes folhas que caiam sem esperança sobre a
poeira dos dias. De uma criança que nos meus dias de juventude apontava para a
rede ainda vazia e falava insistentemente sobre o sono, a fome e a lágrima do ‘pisilicão’
que eu nunca pude conhecer. Dos banhos
de rio no inicio da tarde e da companhia alegre do meu primo Ferreira. Ele
tinha anedotas e sempre havia uma boa piada na manga.
Na casa de vó Sinhá tinha
pão de queijo fresco, numa mesa farta sempre era a broa de fubá que me chamava
mais irresistivelmente. Na manhã acordava com os pássaros que faziam por onde
privilegiar a visita e me faziam serenatas ao amanhecer sem se importar se eu
queria ou não prestigia-los. E tinham os papos da noite, aquelas historias
longas que alguém criativo sempre conta, puxada, arrastada... arrasta a noite a
arrasta a gente... E vamos seguindo... Na hora de partir a mala parece pequena
para tantos momentos felizes e tantos sorrisos. Mas, em casa, tem a mulher da foto
que beijo toda noite e tem aquele sorriso e aquele abraço que me aguarda. E eu
entendo que sim... Tá na hora de ir para casa!
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