TOMANDO UM SORVETE
Sim, em plena terça-feira eu
viajei uns 60 quilômetros só para desfrutar desse delicioso sorvete de
chocolate com coco, creme e baunilha, que tanto amo e, mas que isso, desfrutar
de teu sorriso. Combinamos que seria assim, você rodaria metade do caminho e eu
a outra metade, dividiríamos os quilômetros na metade e os percorreríamos até o
meio termo, que era a pequena cidade de Santana d’Avila, famosa por sua pizza
quatro queijos inesquecível. E ali, reuniríamos
nossas boas vontades e tomaríamos o melhor sorvete das nossas vidas, com sabor
de conquista, saudade e alegria por um reencontro depois de anos de ausência.
Já não éramos as mesmas pessoas
de antes, você com suas pequenas ruguinhas na testa, não me mate por isso, e eu
com meus pequenos detalhes esbranquiçados que surgiam insistentemente na cabeça,
aqueles fios que pareciam reluzir, denunciavam que os anos nos mudaram. Você
tão descontraído e simples como outrora fomos ambos, e eu meio carregada de uma
vida desgastante, talvez, e hoje admito, tenha escolhido o caminho errado...
Não importava mais... Estamos aqui agora, você e eu e nosso maravilhoso
sorvete!
Meu anjo, você é a mesma
criança com um sorriso fixo e deslumbrante e tem o mesmo fogo de vida brilhando
nos olhos negros e profundos que parecem querer adivinhar os meus dias, e eu
sou a moça dengosa e tímida que ainda tem muito medo de admitir o que os olhos
entregam... E é inevitável não recordar aquele primeiro encontro, aquele
primeiro beijo e a pele que arrepiava de sentir as mãos a toca-la tão doce e ardentemente
com um desejo explicito que nos era singular... Era paixão, exalava ternura um
reencontro a essa altura. Saudade, talvez saudade seja o termo correto a ser aplicado
para explicar a ausência que sentia de não ter nas minhas as suas mãos agora. E
por anos, não pode imaginar a falta que me fez aquele calorzinho doce da sua mão
na minha como namorados felizes.
E já que estamos aqui, posso te
confessar de todas as vezes que na madrugada me perguntei o porquê de nossos
caminhos não terem sido unidos para sempre, imagino que seria adorável tê-lo comigo
pela a vida afora. E que sinto felicidade de saber, e ouvir de ti que muitas
vezes fica matutando nisso e perguntando-se o mesmo. O que implica em
assumirmos que nossa conexão com os anos não se perdeu. É que o ar romântico desse
delicioso sorvete nos estimula a um flash
Black, é irresistível... E pior que nenhum de nós quer mesmo resistir!
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