Medo bobo

 

Meu maior medo nesse domingo é tão bobo... É um medo de não poder beijar esse sorriso com dentes entramelados, não poder pousar minha cabeça nesse peito quente e não poder passar minhas mãos carinhosas nesse seu cabelo negro e bagunçado. Meu medo é não poder ver o brilho nos seus olhos a olhar os meus e não sentir o afago de suas mãos nas minhas enquanto caminhamos no mar. Meu medo é não poder ouvir o lindo dito com essa sua voz bem aqui aos sussurros baixinhos ao meu pé de ouvido... Tenho medo que presos apenas num sonho nada disso possa ser real.

Você diz que sonhos novos dão vida á vida que levamos meio cansada, meio tensa, mas muito imprevisível. Já pensou que numa noite qualquer de sábado o amor da sua vida cruza a mesma esquina que você e não se reconhecem? Tenho esse medo também, de que passe por mim e não sinta ou mesmo sentido não consiga agir ao saber que sou eu! Tenho medo que uma conexão que se criou instantaneamente se perca com a mesma facilidade e numa tarde de quinta-feira você vá embora sem adeus e me deixe sofrendo de saudades, presa as lonjuras, tenho medo, um bem bobo que você leve meu coração e já não consiga mais existir nessa terra.

Ao menos de tanto sonhar, tenho medo que isso não seja real algum dia. Medo bobo, mas bobo mesmo de que um estranho adentre minha casa e transforme-a de repente num lar a dois, num lar de risos e falas reciprocas e depois se vá como veio assim do nada.

Eu tenho medo que seus passos se distanciem da minha porta quando eu já estiver apegada demais, tenho medo de assistir seu sucesso a distancia por status de rede social e não ser a primeira a aplaudir suas conquistas... Tenho medo, bobo mesmo de não cumprir minhas promessas feitas em meio à noite de lua cheia daquele sábado qualquer em que uma esquina qualquer nos uniu... E não poder mais aproveitar o nascer do sol sorrindo por poder compartilhar com você... Tenho medo de viver numa terra marrom, cheia de beleza e encantos, onde o sol brilha intensamente e a correnteza flui normalmente e não me sentir confortável com o vento a soprar naquelas folhas verdes, tenho medo de não ser mais o meu normal sem você.

Tenho medo que sejamos como os restos daquela ponte no rio e nunca mais nos aproximemos e que aquela ponte invisível  se torne como a física e aos poucos desapareça. Tenho esse medo bobo, medo de ser um fantasma na sua vida... Tenho medo que sendo um fantasma você tenha medo de mim... Por isso que tenho medo de deixar de ser eu para você!

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