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HOJE NÃO

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... A mala empoeirada que guardava na garagem sendo bruscamente retirada liberando partículas de saudade velada pelo ambiente inteiro... O barulho repetitivo dos cabides batendo um contra o outro sendo empilhados com certa força e com certa pressão, o abre e fecha das portas do guarda-roupa cinza que batia contra a parede todo instante, as marcas de vinho no lençol branco, o cheiro de banho que saia pela janela dançando e mentindo sobre uma felicidade inexistente, o sol que entrava no quarto, seu perfume derramado no ambiente e o peso dos seus passos indo embora... Era só isso que me vinha à mente quando estava passando por aquela rua e inconscientemente olhava para cima, aquele prédio ‘Atlantis’, aquela velha senha do portão, aquele mesmo senhor sorrindo na entrada... Felizmente ou infelizmente nada mudara além de nós... Pensava até então que as quartas eram os melhores dias, até aquele dia que você deixou-me sozinha e seguiu após uma boa noite, em choque pensava num por que a voz

-NÃO ERA A POEIRA...

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Mudei-me recentemente sabe, e da minha nova casa posso ver pela janela imensa da sala a vida lá fora mais clara e empoeirada do que nunca. No fim dessa tarde, deixei-a aberta por conta do ar sufocante e quente que me açoitava os pulmões castigando-os. E pude sentir a invasão completa da poesia que emanava da rua desesperada por virar palavras que pudessem ser lidas. No fim da tarde amarelada daquela janela um senhor de blusa verde a cabelo extremamente branco pousou seu corpo envelhecido sobre o asfalto quente e ficou ali parado, como que congelado contemplava o horizonte, os carros e a vida que naquele instante abominava sua presença ali atrapalhando o transito. O senhor, eu via pelo meu espelho por acaso, perdeu seu chinelo e o buscava com seus pequenos passos retraídos e cuidadosos que com certeza a vida lhe ensinou durante seus melhores dias. Talvez, eu pensei comigo, talvez aquela minúcia o tivesse mantendo vivo ate aquele momento. Quantos se perdem dessa vida por sua inconseq

A BRIGA (SUA DOR NOS MEUS BRAÇOS)

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Um menino inconsequente, explosivo, feroz, curioso, sem limites morava no meu corpo hoje bem surrado pela existência. Esse menino não sabia perder, ganhar ou apostar alto. Tudo nele era em alto e bom som, tudo era gigante, ele era cheio de excessos, cheio de si, dono do mundo... E mal sabia que a força do seu punho poderia arruinar seu coração sensível, mal sabia ele que a sua pressa em retribuir a provocação o cegaria ao limite do viver alheio, mal sabia ele que aquele espirito protetor que foi despertado poderia ali mesmo ser uma maldição! Naquele dia a muitos anos estava com uma moça que era minha namorada na época, tinha mais ou menos uns 21 anos e era alguém que hoje me assusta um pouco visitar. E na verdade, aquele dia mudou minha vida, aquele excesso me fez ver as coisas de modo diferente, aquele momento congelado em algum lugar no espaço tempo, aquele momento ele fez de mim uma parte do que sou agora! Então, estávamos juntos naquela praça fazendo o que os namorados fazem

INSENSATEZ

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  Naquela noite de chuva descobri que poderia matar uma barata com detergente, descobri que tinha achado um parceiro de ideias e escrita e juntos resolvemos fazer algo acontecer... Ele me disse que tinha uma historia estranha... Sentamos no sofá, peguei meu travesseiro para apoiar meus braços e dediquei-me a ouvi-lo atentamente... “Era uma manha chuvosa de domingo por volta de 6:00 e ouvi a companhia tocar abruptamente visto que não estava esperando ninguém, perguntei-me atônito quem seria, estava ainda de pijama, deveria me preocupar com isso? O olho magico me deu a resposta de imediato, aquela babaca! Claro que não importava o que vestia naquele momento porque a pergunta que ficara no ar era apenas “ Que diabos ela faz aqui essa hora, debaixo de uma chuva dessa e com esse ar de arrogante ainda por cima?”. Daí fui lá abrir pra ela, não porque me importava que pegasse uma pneumonia, mas por pura curiosidade mesmo... -Que faz aqui? -Não sou bem-vinda né? - O que você acha? Dei